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sábado, 8 de fevereiro de 2014

Infanta Cristina interrogada em Palma de Maiorca
 
Pela primeira vez na história, um membro da Casa Real espanhola irá declarar como arguido perante um juiz. A filha mais nova do rei Juan Carlos, terá que responder este sábado às perguntas de José Castro, depois de ter sido acusada, no passado mês de janeiro, dos delitos de fraude fiscal e branqueamento de capitais.
Em causa está a sua suposta participação nos negócios do marido, Iñaki Urdangarin, que é suspeito de ter desviado perto de 6 milhões de euros provenientes de fundos públicos, através do instituto Nóos.
Durante as últimas semanas, a duquesa de Palma reuniu-se diariamente durante várias horas com a sua equipa de advogados em Barcelona para preparar o interrogatório. "Está serena e consciente de que a declaração é um trâmite importante", afirmou ontem Jesús Silva, um dos elementos da equipa que defende a infanta.
Todas as atenções estarão, assim, concentradas na ilha de Maiorca, onde se encontram acreditados cerca de 300 jornalistas de várias nacionalidades. Ao contrário do marido, que foi forçado a descer a rampa de acesso ao Tribunal a pé (onde teve que enfrentar as perguntas de dezenas de jornalistas e os assobios de numerosos manifestantes), a infanta deverá fazer o percurso de carro, devido a motivos de segurança. Mais de 200 agentes da polícia foram destacados para garantir a integridade física da duquesa, numa operação que custou 20 mil euros.
Segundo publicava ontem a imprensa espanhola, a filha mais nova do rei irá defender-se das acusações alegando que não estava ao corrente dos negócios do marido. A declaração será gravada em áudio, uma vez que o juiz decidiu impedir a recolha de imagens da duquesa de Palma em vídeo, algo solicitado por Diego Torres, ex-sócio de Urdangarin, também arguido no âmbito do caso Nóos.
A polémica gerada em torno deste processo judicial tem contribuído para a acentuada perda de popularidade da monarquia espanhola. A queda está patente nas últimas sondagens, apesar da Casa Real tentar afastar a imagem da infanta. Numa conferência de imprensa concedida esta semana, o chefe da Casa do Rei, Rafael Spottorno, fez questão de frisar que há muito tempo que Cristina não participa em atos oficias da Família Real. Sétima na linha de sucessão ao trono, a infanta não mostrou, no entanto, qualquer intenção de renunciar aos seus direitos dinásticos.


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