Angelina Jolie revela que foi forçada a fazer uma cirurgia para remover os ovários e as trompas de Falópio, depois de um exame médico ter indiciado a possível existência de um cancro em estado inicial. O cancro não se confirmou, mas ela sujeitou-se à operação na mesma e entrou prematuramente na menopausa.
Dados que a própria Angelina Jolie revela, num
publicado no New York Times, nesta terça-feira, 24 de Março.
A actriz, que fez uma mastectomia preventiva em 2013, por causa do historial de cancro existente na sua família – ela perdeu a mãe, a avó e uma tia por causa desta doença -, conta no artigo que planeava fazer a operação de remoção dos ovários, mas com calma.
Ela escreve que estava ainda a habituar-se à ideia, a ler informação sobre o assunto, notando que a remoção dos ovários é uma cirurgia menos complexa do que a mastectomia, mas que “os seus efeitos são mais severos”, já que “coloca a mulher numa menopausa forçada”.
Todavia, a cirurgia foi antecipada, depois de um exame médico ter detectado marcas inflamatórias que poderiam ser indiciadoras de um cancro nos ovários, em estado inicial. Apesar dos exames feitos subsequentemente terem dado negativo, para a hipótese de cancro, ela decidiu, mesmo assim, retirar os ovários.
Leia alguns dos extractos do relato de Angelina Jolie no New York Times…
Passei pelo que, imagino, milhares de outras mulheres já passaram. Disse a mim mesma para ficar calma, para ser forte, e que não tinha nenhuma razão para pensar que não ia viver para ver os meus filhos crescerem e para conhecer os meus netos.Telefonei ao meu marido em França, que se meteu num avião em poucas horas. O mais bonito destes momentos na vida é que há muita clareza. Sabe-se pelo que se vive e o que importa. É polarizador e é pacífico.[…]Há outras opções. Algumas mulheres tomam pílulas contraceptivas ou confiam em medicinas alternativas, combinadas com exames frequentes. Há mais do que uma maneira de lidar com qualquer problema de saúde. O mais importante é conhecer as opções e escolher a que é melhor para cada um pessoalmente.No meu caso, os médicos Orientais e Ocidentais que consultei concordaram que a cirurgia para remover as minhas trompas e os ovários era a melhor opção, porque, para lá do gene BRCA [que propicia o aparecimento de cancro], três mulheres da minha família morreram de cancro. Os meus médicos indicaram que eu devia fazer a cirurgia preventiva uma década antes da prematura manifestação de cancro nas minhas familiares mulheres. O cancro dos ovários da minha mãe foi diagnosticado quando ela tinha 49. Eu tenho 39.[…]Tenho um pequeno adesivo transparente que contém estrogénio bio-idêntico. Um DIU de progesterona foi introduzido no meu útero. Ajudar-me-á a manter um equilíbrio hormonal, mas, mais importante do que isso, vai ajudar a prevenir o cancro uterino. Escolhi manter o meu útero, porque o cancro nessa zona não faz parte do historial da minha família.Não é possível remover todos os riscos, na verdade, eu continuo propensa ao cancro. Vou procurar formas naturais de fortalecer o meu sistema imunitário. Sinto-me feminina e fundamentada nas escolhas que estou a fazer para mim e para a minha família. Sei que os meus filhos nunca vão ter que dizer “A minha mãe morreu de cancro nos ovários”.Independentemente dos substitutos hormonais que estou a tomar, estou agora na menopausa. Não vou poder ter mais filhos e espero algumas mudanças físicas. Mas sinto-me à vontade com o que quer que venha, não por ser forte, mas porque faz parte da vida. Não é nada que se deva temer.Lamento profundamente pelas mulheres para quem este momento chega muito cedo na vida, antes de terem filhos. A sua situação é muito mais difícil do que a minha.[…]Não é fácil tomar estas decisões. Mas é possível tomar o controle e confrontar de cabeça erguida qualquer problema de saúde. Pode-se procurar conselho e conhecer as opções e fazer escolhas que sejam certas para cada um. O conhecimento é poder.
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